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Semana de trabalho de 4 dias: uma proposta que avança pelo mundo

O projeto está em fase de testes em vários países e está muito mais próximo da realidade do que se imagina, inclusive na América Latina.

A importância da flexibilidade e das boas condições no ambiente de trabalho há alguns anos começou a ser repensada por profissionais e empregadores. Como resultado, vivenciamos a popularização do trabalho remoto, híbrido e assíncrono, passamos a discutir mais sobre saúde mental e principalmente aprimorar temas como benefícios tangíveis e intangíveis e bem-estar no trabalho. Essas conquistas recentes somam-se agora a uma nova proposta: a jornada de trabalho de quatro dias, tema que há vários meses está no centro dos debates em todo o mundo.

Embora parecia algo impensável há alguns anos, a ideia de trabalhar apenas quatro dias por semana pelo mesmo salário parece estar cada vez mais perto de se tornar realidade. Defendida globalmente como “o futuro do trabalho”, por uma maior produtividade do trabalhador e equilíbrio entre vida profissional e pessoal, a semana de trabalho de quatro dias pode significar não apenas maior satisfação do trabalhador, mas também uma verdadeira revolução trabalhista e econômica.

A Bélgica foi o primeiro país a adotá-la oficialmente no final do ano passado, no entanto, outras nações já parecem prontas para torná-la lei em breve. No Reino Unido, dezenas de empresas já passaram por uma fase experimental bem-sucedida, inspirando empresas de outros países a realizar seus próprios projetos-piloto, com excelentes expectativas.

Um pouco de história

Até o início do século XX, era comum em todo o mundo que a jornada de trabalho ultrapassasse 15 horas diárias, sendo o normal um mínimo de 10 horas, seis dias por semana. Nessa época, o trabalho infantil também era considerado normal.

As primeiras reivindicações por 8 horas diárias, 5 dias por semana, somadas à abolição do trabalho infantil, surgiram durante a Revolução Industrial. Em alguns países, trabalhadores de determinados setores da indústria passaram a receber o benefício da redução da jornada de trabalho no final do século XIX. No entanto, foi somente por volta de 1914 que a proposta começou a se tornar lei em mais países e setores. A partir da década de 1940, a classe trabalhadora conquistou outro benefício que parecia impensável: as férias remuneradas.

Graças às repetidas reivindicações dos trabalhadores desde a Revolução Industrial, as condições de trabalho têm sofrido melhorias graduais em todo o mundo, sempre acompanhando o avanço da tecnologia e os novos contextos econômicos.

A semana de trabalho de 4 dias na América Latina e no mundo

Em outubro do ano passado, a Bélgica concedeu aos seus trabalhadores o direito a uma semana de trabalho de quatro dias, em vez dos habituais cinco, sem diminuição de salários. Isso, porém, não significa que passaram a trabalhar menos: a proposta era simplesmente condensar a jornada de trabalho em menos dias.

No Reino Unido, mais de 60 empresas testaram a semana de trabalho de quatro dias durante seis meses em um projeto piloto. Agora, 92% deles consideram torná-la permanente, depois de descrever o experimento como "extremamente bem-sucedido".

Também há registros de testes semelhantes na Alemanha, Nova Zelândia, Estados Unidos e Canadá. Mas, e na América Latina, como a proposta tem avançado?

A verdade é que por aqui a discussão ainda não evoluiu muito. Embora o Chile tenha aprovado recentemente uma redução gradual da jornada de trabalho de 45 para 40 horas semanais, algo que já ocorre no Equador, e que prevê inclusive a possibilidade de trabalhar 4 dias por semana, por enquanto, poucos países da região se entusiasmaram com a ideia.

Nesse sentido, a Argentina é provavelmente um dos que mais avançaram no assunto, já que diversas empresas do país também realizaram testes, replicando a experiência do Reino Unido. Por enquanto, são decisões das próprias empresas, mas já começa a ser objeto de análise para se instalar na pauta e já começou até a ser discutido no Senado.

No Brasil, várias empresas aderiram a um projeto da ONG Reconnect Happiness para testar a semana de quatro dias de junho a dezembro deste ano. A iniciativa por lá, por enquanto, também é exclusiva das empresas.

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