
Os métodos antigos já não funcionam, e muitos dos novos, sozinhos, também não. Saiba o que realmente faz a diferença na capacitação das equipes hoje.
Num cenário onde os orçamentos estão cada vez mais apertados e as empresas exigem mais retorno sobre cada investimento realizado, o desenvolvimento de talentos também está sendo reavaliado. Somado a isso, ainda enfrentamos um déficit persistente de habilidades, aposentadorias em massa de profissionais experientes e mudanças constantes nos perfis de trabalho causadas pelo avanço da tecnologia. Em meio a esse turbilhão, acaba sendo inevitável para as empresas repensar a forma de treinar as equipes para torná-la mais eficiente no contexto atual.
Os velhos modelos de capacitação já não funcionam sozinhos
Durante décadas, o modelo tradicional de treinamento corporativo, centrado em cursos presenciais longos, com calendários fixos e foco em conteúdos generalistas, foi a espinha dorsal da capacitação. Mas esse modelo já não dá conta do ritmo atual.
Colaboradores têm menos tempo disponível, muitos trabalham de forma remota, os desafios mudam com mais frequência e as pessoas querem aprender de forma personalizada, prática e relevante. A ideia de reunir um time por oito horas numa sala para absorver uma avalanche de conteúdo, muitas vezes teórico, soa cada vez mais ineficiente e inclusive desmotivadora.
Por outro lado, a chegada de soluções tecnológicas e métodos “disruptivos” trouxe inovações importantes, mas nem todas entregam o que prometem. Plataformas 100% automatizadas, vídeos sob demanda e inteligência artificial generativa podem ser soluções úteis, mas precisam de contexto, propósito e integração com a realidade do colaborador para funcionar. Afinal, a tecnologia por si só não transforma ninguém. O que transforma é a experiência de aprendizagem.
O que está funcionando: experiências práticas e formatos híbridos
O que realmente tem se mostrado eficaz hoje é a combinação de métodos, ou seja, o blended learning com propósito. Em vez de escolher entre o modelo antigo e o novo, o caminho mais eficiente é integrar formatos, adaptando-os às necessidades reais do negócio e dos profissionais.
Algumas estratégias com bons resultados:
- Aprendizado prático e vivencial: projetos reais, simulações, role plays e resolução de desafios específicos ao negócio.
- Aprendizado entre pares: mentorias reversas, grupos de afinidade e comunidades internas de troca de conhecimento.
- Microlearning no fluxo de trabalho: conteúdos curtos e pontuais, acessíveis no momento da necessidade.
- Trilhas personalizadas: com apoio de tecnologia, é possível adaptar caminhos de aprendizado conforme o cargo, metas e perfil de cada colaborador.
- Espaços seguros para testar e errar: criar ambientes de aprendizagem que acolham o erro como parte do processo.
IA com propósito no aprendizado
Hoje, não basta apenas oferecer treinamentos pontuais. O desafio está em construir uma cultura onde o aprendizado seja contínuo, natural e conectado ao dia a dia das pessoas, e não um evento isolado. Isso exige que o RH atue como facilitador de experiências, e não somente como fornecedor de cursos.
Criar esse ambiente envolve permitir que os próprios colaboradores escolham parte do que aprender, estimular a mobilidade interna como ferramenta de desenvolvimento e principalmente conectar aprendizado a oportunidades reais de crescimento.
Nesse processo, a inteligência artificial pode ser uma grande aliada. Plataformas com IA integrada oferecem correções automatizadas, feedback em tempo real e trilhas personalizadas. Mas seu impacto real depende do uso estratégico. A IA pode escalar e acelerar o aprendizado, sempre quando não substitui completamente o fator humano.
A chave está em integrar o melhor dos dois mundos: a tecnologia como ferramenta de personalização e eficiência, e a cultura como motor de engajamento, autonomia e sentido.
Idiomas como parte da estratégia de desenvolvimento
Em um ambiente cada vez mais internacionalizado, o domínio de outros idiomas passou a ser um requisito estratégico para qualquer empresa, especialmente em áreas como atendimento ao cliente, vendas, tecnologia e gestão.
Por isso, oferecer programas de idiomas alinhados às necessidades reais dos colaboradores e da empresa é uma forma concreta de impulsionar a performance, ampliar a colaboração entre equipes multiculturais e abrir portas para o crescimento profissional interno. Mas, como todo processo de desenvolvimento, o aprendizado de idiomas também precisa ser flexível, personalizado e conectado ao dia a dia do trabalho.
Na Nulinga, ajudamos empresas a incorporar o ensino de idiomas como parte do desenvolvimento profissional dos times, unindo tecnologia e IA a aulas ao vivo com professores reais e planos que se adaptam às rotinas e objetivos de cada equipe. Mais do que aprender uma nova língua, o foco está em ganhar fluência para atuar com mais autonomia em reuniões, apresentações e interações globais, no ritmo certo.
Acreditamos que repensar o treinamento corporativo exige coragem para questionar velhos hábitos e testar novas abordagens. Não existe uma fórmula mágica, mas existe um ponto de partida claro: colocar as pessoas, suas realidades, motivações e desafios, no centro da estratégia de aprendizagem. Por isso, o momento é de ousar, integrar e, principalmente, ouvir. Porque aprender, no fundo, sempre foi um processo humano.